quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Links de vídeos e texto


Vídeo A negação do Brasil: http://www.youtube.com/watch?v=Z9B9ryJP4t0
Vídeo Bombadeira: http://www.youtube.com/watch?v=8ukxnlDYdKE
Resenha do livro Aqui ninguém é branco: http://www.pos.eco.ufrj.br/ojs-2.2.2/index.php?journal=revista&page=article&op=view&path%5B%5D=346

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Vídeo assistido e discutido em sala

Vídeo sobre etanol e os índios do MS: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=AbLrxsuRVWY#!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CRONOGRAMA DE ESTUDOS DAS CULTURAS


CRONOGRAMA DE ESTUDOS DAS CULTURAS - QUARTAS-FEIRAS, DAS 13H ÀS 17H, SAL 105 – PAF 3

PROFESSOR LEANDRO COLLING – leandro.colling@gmail.com


NOVEMBRO

28 – Apresentação do componente, organização das atividades e discussão do texto Você tem cultura?, de Roberto da Matta (http://naui.ufsc.br/files/2010/09/DAMATTA_voce_tem_cultura.pdf).

DEZEMBRO

05 – Discussão do capítulo 1 e 2 do livro A noção de cultura nas ciências sociais, de Denys Cuche (disponível em http://www.4shared.com/file/HPnl4tS1/textos_estudos_das_culturas.html), intitulado A invenção do conceito científico de cultura. Leitura em sala do texto Homem e cultura, do livro O Conceito de cultura, de Leslie A. White (pg. 23 a 35).
12 – Discussão do capítulo 3 e 4 do livro A noção de cultura nas ciências sociais, de Denys Cuche (disponível em http://www.4shared.com/file/HPnl4tS1/textos_estudos_das_culturas.html)
19 - Discussão do texto A questão multicultural, de Stuart Hall (pg 51 a 100 do livro - disponível em http://www.4shared.com/office/Z6SbP24J/HALL_Stuart_-_Da_Dispora_-_ide.html
26 – RECESSO DE NATAL

JANEIRO

2 – RECESSO ANO NOVO
09 – Discussão do texto Fragmentos do discurso cultural: por uma análise crítica do discurso sobre a cultura no Brasil, de Durval Muniz (disponível em http://www.cchla.ufrn.br/ppgh/docentes/durval/artigos/segunda_remessa/fragmentos_discurso_cultural.pdf)
16 - Discussão do texto Diversidade e direitos na interculturalidade global (Canclini) disponível em http://www.itaucultural.org.br/bcodemidias/001516.pdf
23 – Discussão do texto Notas sobre a desconstrução do “popular”, de Stuart Hall (pg 247 a 266 do livro - disponível em http://www.4shared.com/office/Z6SbP24J/HALL_Stuart_-_Da_Dispora_-_ide.html)
30 - Discussão do texto A conveniência da cultura, de George Yúdice (p. 25 a 64) (disponível em http://search.4shared.com/postDownload/hHqadf8f/George_Yudice_-_A_convenincia_.html ). Divulgação das perguntas da avaliação.

FEVEREIRO
6 - Avaliação do conteúdo
13 – RECESSO CARNAVAL
20 – comentários sobre a correção das provas, entrega das notas e organização do trabalho final
27 – convidados, que serão escolhidos a depender dos temas dos trabalhos finais

MARÇO
6 - convidados, que serão escolhidos a depender dos temas dos trabalhos finais
13 - convidados, que serão escolhidos a depender dos temas dos trabalhos finais
20 – apresentação das análises críticas à turma
27 - apresentação das análises críticas à turma

ABRIL
3 – entrega das notas e avaliação geral do componente

Formas de avaliação:

A primeira nota será composta pela participação em sala e por uma avaliação a ser feita em sala, sem consulta. No entanto, essa “prova” não seguirá o método tradicional, pois as perguntas serão divulgadas com uma semana de antecedência. A segunda nota consistirá na elaboração continuada de um artigo em que o/a aluno/a realiza uma crítica de alguma manifestação da cultura na atualidade.

Primeira nota:
Participação em sala (presença, debates, envolvimento nas entrevistas): zero a 2
Prova: zero a 8

Segunda nota:
Textos parciais sobre o referencial teórico do artigo: zero a 5 (esses textos parciais devem ser entregues no dia em que o texto começa a ser discutido, conforme cronograma acima. O aluno pode escolher cinco dos sete textos a serem discutidos. O texto a ser entregue já deve estar escrito como se fosse integrar o referencial teórico do artigo final)

Crítica sobre a cultura no artigo final, entregue completo, junto com o referencial teórico: zero a 5.

Temas possíveis para a realização das entrevistas e artigos com as críticas da cultura (a serem ampliados a partir das sugestões dos/as estudantes):
1.           Cultura urbana
2.           Cultura marginal
3.           Cultura juvenil
4.           Cultura e gênero
5.           Cultura e mídias
6.           Cultura e saúde
7.           Cultura e educação
8.           Cultura e economia
9.           Cultura e direitos
10.         Cultura e patrimônio
11.         Cultura e sexualidade
12.         Cultura em rede
13.         Cultura e religião
14.         Cultura e "raça"/etnias

Referências bibliográficas dos textos de leitura obrigatória:

CANCLINI, Nestor Garcia. Diversidade e direitos na interculturalidade global. In: Observatório Cultural, número 8, São Paulo: Itaú Cultura, abril/julho de 2009.
CUCHE, Denys. A invenção do conceito científico de cultura. In: A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: Edusc, 2002, pg 33 a 64.
_____. O triunfo do conceito de cultura. In: A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: Edusc, 2002, pg 65 a 108.
_____. O estudo das relações entre as culturas e a renovação do conceito de cultura. In: A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: Edusc, 2002, pg 109 a 142.
DURVAL, Muniz. Fragmentos do discurso cultural: por uma análise crítica do discurso sobre a cultura no Brasil. In: NUSSBAUMER, G. M. (Org.) Teorias & políticas da cultura. Visões multidisciplinares. Salvador: Edufba, 2007, pg. 13 a 24.
HALL, Stuart. A questão multicultural. In: Da diáspora. Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte e Brasília: Editora UFMG/Unesco no Brasil, 2003, pg. 51 a 100.
_____. Notas sobre a desconstrução do “popular”. In: Da diáspora. Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte e Brasília: Editora UFMG/Unesco no Brasil, 2003, pg 247 a 266.
WHITE, Leslie A. Homem e cultura. In: O conceito de cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 23 a 36.
YÚDICE, George. A conveniência da cultura. In: A conveniência da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004, pg 25 a 64.

Bibliografia complementar

ADORNO, Theodor & HORKHEIMER, Max. A Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro, Zahar, 1987.
ALVES, Paulo César (org.) Cultura, múltiplas leituras. Salvador/Bauru: Edufba e EDUSC, 2010
BARBERO, Jesus-Martin. Desafios políticos da diversidade. In: Observatório Cultural, número 8, São Paulo: Itaú Cultura, abril/julho de 2009.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2001.
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
BRANT, Leonardo. Diversidade cultural, globalização e culturas locais. São Paulo: Escritores Editora/Instituto Pensante, 2005.
CANCLINI, Néstor García.  Culturas híbridas - estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 1997.
CANEVACCI, Massimo. Culturas extremas. Mutações juvenis nos corpos das metrópoles. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2005.
EAGLETON, Terry. A ideia de cultura. São Paulo: Unesp, 2005.
EAGLETON, Terry. Depois da teoria: um olhar sobre os Estudos Culturais e o pós-modernismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
GALLI, Carlo. Multiculturalismo. Buenos Aires: Nueva Visión, 2000.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1989.
SOVIK, Liv. Aqui ninguém é branco. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2009.
WILLIAMS, Raymond. Cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1992.
WARNIER, Jean-Pierre. A mundialização da cultura. Bauru: Edusc, 2003.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Aviso final - entrega dos trabalhos

Olá pessoas, tudo bem?

Terminei a correção dos artigos do componente. Demorei além da conta porque fui obrigado a abrir nova data de entrega após o término da greve.

Os trabalhos podem ser retirados no CULT, que fica na sala 206 do PAF 4, na terça e quarta-feira (das 9h às 18h30), com David ou Miriane. Os trabalhos estão em um envelope.

Para entender as notas:

primeira nota: a prova valeu até oito pontos e concedi até mais dois pontos para participação em aula.

segunda nota: até cinco pontos para o referencial teórico entregue durante o semestre e mais cinco pontos para o trabalho final que agora entrego.

Nos trabalhos aponto todas essas notas. Quem conseguiu média 5,0 ou mais está aprovado. Os demais, lamento, deverão repetir o componente.

Os trabalhos finais apresentaram muitos problemas. Detectei novamente vários trabalhos plagiados. Fico muito triste com isso. Outro problema recorrente foi o pouco ou quase nenhum diálogo dos trabalhos com o referencial teórico estudado no componente! Como eu sempre disso, isso era FUNDAMENTAL!

Repito mais uma vez que muitos, muitos estudantes ainda apresentam problemas gramaticais sérios. Vocês precisam concentrar seus esforços para sanar esses problemas. Não façam de conta que esse problema não existe, pois com ele a vida acadêmica e profissional de todos/as estará comprometida.

Para terminar, lamento que o nosso semestre tenha sido tão atribulado, com greves (não só dos docentes).

Um abraço, Leandro

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

AVISO IMPORTANTE

Olá pessoas

Contra a minha vontade, sou obrigado a abrir mais um prazo para o recebimento dos artigos finais de alguns alunos e alunas que não entregaram na data marcada. Por isso, estas pessoas abaixo relacionadas têm até a próxima sexta-feira, dia 21 de setembro, para enviarem os seus artigos para leandro.colling@gmail.com

As seguintes pessoas não entregaram:

Daiane
Diana
Fábio Santana
George
Giani
Jandiaci
Luz Divina
Maiara
Nilton
Patrícia Costa
Reginaldo
Romeran
Silvanio
Taiana

Para ser justo com os demais, quem já entregou e deseja apresentar uma nova versão, também pode enviar o trabalho para o meu mail. Já corrigi todos os trabalhos entregues na data acertada, só vou esperar estes novos trabalhos para marcar com vocês a entrega dos artigos e a divulgação das notas de todos, ok?

Abraços

domingo, 1 de julho de 2012

Aviso

Olá pessoas
na próxima sexta, dia 6 de junho, estarei no PAF 3 apenas para recolher os artigos finais do componente. Em função de estarmos em greve, não faremos nenhuma atividade, apenas receberei os artigos às 18h30.
abrs

sexta-feira, 29 de junho de 2012

aviso

pessoas, giba estará orientando os trabalhos hoje em nossa sala de aula ou na sala do terreo do PAF 3.
a entrega do trabalho continua a mesma
abrs

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Aviso

Olá pessoas
Eu continuo sem aderir a greve e estarei em sala na próxima sexta para fazer a orientação dos trabalhos de vcs. Ficarei até o momento de atender a todos que forem para a sala. Chego às 18h30

abrs

quinta-feira, 31 de maio de 2012

aviso



olá pessoas
eu não estou em greve.
por isso, na aula desta próxima sexta, dia 1 de junho, rei entregar as provas e debater com vcs todas as respostas. além disso, explicarei detalhadamente, novamente, como deve ser feito o trabalho final do componente.
Um abraço, Leandro

terça-feira, 29 de maio de 2012

Pesquisador@s do CUS apresentam trabalhos em seminário na UFBA


Seis pesquisadores/as do grupo Cultura e Sexualidade (CUS) apresentarão seus trabalhos no IV Seminário de Pesquisa e Extensão do IHAC (Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos), no dia 30 de maio de 2012, no Pavilhão de Aulas 3 (PAF3), no campus da UFBA em Ondina, Salvador. 
Das 19h às 21h, na mesa "Sexualidades, políticas e subjetividades", serão apresentados, na sala 203, os trabalhos “A igualdade não faz o meu gênero – em defesa das políticas das diferenças para o respeito à diversidade sexual e de gênero no Brasil”, de Leandro Colling, professor do IHAC e coordenador do CUS, “Fazer-se travesti, fazer-se transexual: uma questão de driblar as contingências identitárias”, de Maycon Lopes, estudante de Ciências Sociais, e "Heterossexualidades: entre a pureza e a contaminação”, de Gilmaro Nogueira, mestrando do Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sexualidade (Poscultura). 
À tarde, das 13h às 15h, o trabalho “A cultura do sofrimento: um estudo sobre as Mulheres que Amam Demais Anônimas (MADA)”, de Raquel Florence de Carvalho, mestranda do Poscultura, será apresentado na sala 109. Das 15h às 17h, na sala 205, é a vez do trabalho “Silêncio e naturalização na construção das masculinidades na educação básica”, de Josue Leite dos Santos, mestrando do Poscultura, e Djalma Thurler, professor do IHAC.
As inscrições para o IV Seminário, que é aberto a todos os interessados, devem ser realizadas no horário do evento nas salas onde acontecerão as mesas. Mais informações sobre o CUS podem ser obtidas emwww.cult.ufba.br/cus

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Notícias


Duas notícias que falam por si só, ambas publicadas na Folha de S. Paulo de hoje.



Angolana é assassinada em briga de bar no Brás

Outros três amigos da vítima foram baleados

JOSMAR JOZINO
DO “AGORA”
Uma angolana de 26 anos morreu e outros três amigos da mesma nacionalidade, incluindo uma grávida, foram feridos a tiros anteontem após uma briga em um bar no Brás (região central de SP).

Segundo a Polícia Civil, antes de atirar, o criminoso discutiu e ofendeu outro grupo de angolanos que estava no local. De acordo com testemunhas, todos foram xingados de "macaco".

O atirador foi embora e retornou, armado, em seguida. Ele atirou e fugiu em um Golf com um amigo.

As vítimas não estavam envolvidas na confusão. A engenheira e estudante de pós-graduação Zumira de Souza Borges Cardoso foi atingida na cabeça e não resistiu. O namorado dela, o estudante Gaspar Armando Mateus, 27, foi ferido na perna. A grávida Celina Bento Mendonça, 24, foi atingida na barriga e na perna. Ela não corre o risco de perder o bebê. Renovaldo Manoel Capenda, 32, também foi ferido na perna.

O DHPP (departamento de homicídios) investiga o caso. O namorado de Zumira foi ouvido pela polícia e disse que estava com os amigos quando o homem saiu atirando.

A polícia procura imagens de câmeras para tentar identificar o suspeito. O vice-cônsul de Angola em São Paulo, Belmiro dos Prazeres Guimarães, disse que acompanha a investigação do caso.



Suspeita de racismo contra Alexandre Pires é arquivada

DE RIBEIRÃO PRETO - A Procuradoria da República em Uberlândia (540 km de Belo Horizonte) arquivou o procedimento que apurava a suspeita de discriminação racial e sexista no clipe "Kong", do cantor Alexandre Pires, que teve a participação do jogador Neymar e do funkeiro Mr. Catra.

Nas imagens, gorilas saem da selva e invadem uma festa à beira da piscina, onde estão mulheres vestidas de biquíni.

Pires, Catra e Neymar aparecem dançando o refrão "É no pelo do macaco que o bicho vai pegar". Em alguns trechos, eles próprios aparecem vestindo roupas de gorila.

Em nota, o órgão federal informou que o procurador responsável pelo caso, Frederico Pellucci, não viu ligação entre o uso da figura do gorila e a associação ao racismo.

Procurado por meio de sua assessoria, o cantou não telefonou de volta para a reportagem.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

aviso

olá pessoas
se tivermos aula nesta próxima sexta (caso a greve dos rodoviários acabe), irei entregar as provas e debater com vcs todas as respostas. além disso, explicarei detalhadamente, novamente, como deve ser feito o trabalho final do componente. também precisaremos decidir quem serão os convidados para as entrevistas. por enquanto, recebi APENAS a mensagem abaixo, enviada pelo Claudenilson.
um abraço, Leandro


Prezad@s,

Boa tarde!

Felizmente consegui um contato via fone com a Professora Arany Santana, então diretora do Centro de Culturas Populares identitárias (CCPI) sob o intermédio de Geovan Banto aluno da UFBA oriundo do Bacharelado em Gênero e Diversidade. Neste  contato expliquei  a proposta de uma roda de  conversa na qual os alunos deveriam fomentar uma entrevista com uma pessoa ligada às questões culturais.  A estimada Arany se predispôs  a participar obsercvando que a sexta-feira é um  dia  inviável por  conta das demanadas  do CCPI em relação as  suas  reuniões ordinárias com o Secretário de Cultura que  em geral iniciam-se por  volta  das 16:00 estendendo-se até ... . Entretanto, informei a ela  da possibilidade de nossa  agenda poder ser flexibilizada a partir da  disponibilidade da gestora. 
Solicito que  essa mensagem seja divulgada no blog do componente para que as demais pessoas se manifestem sobre o melhor encaminhameto para a questão.

Atenciosamente,  

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Foucault

Pessoas,
não foi por isso que eu escolhi o texto de Yúdice, mas ele, ao final do capítulo, sugere que essa nova forma de analisar a cultura e a transformação dela em "recurso" cria uma nova episteme (a performatividade, que ele busca de Judith Butler). Ao fazer isso ele pretende incluir mais uma modalidade, além das 3 modalidades já criadas por Foucault. Para quem nunca leu nada sobre isso em Foucault, sugiro o texto a seguir: http://tir.com.sapo.pt/foucault.html

Sobre Butler e a teoria da performatividade, leiam uma breve síntese em http://www.cult.ufba.br/maisdefinicoes/TEORIAQUEER.pdf

Quem quiser mais, é só pedir


Mais 3 perguntas da prova


3. Depois de ler e discutir textos que realizam uma breve reconstituição histórica dos conceitos de cultura, aponte cinco cuidados que devemos ter, ao analisarmos a cultura, para não incorrer em erros ou realizar análises muito superficiais sobre alguma manifestação ou produto cultural da atualidade. Explique cada um desses cuidados.

4. Como vimos através de vários textos, a exemplo de Hall, Canclini e Durval Muniz, hoje é muito difícil falar de cultura sem falar (contra ou a favor) do conceito de identidade cultural.  Um dos grandes debates sobre esse tema envolve a idéia de que existem identidades culturais puras. O que dizem os autores sobre essa ideia e quais alternativas conceituais eles nos oferecem?

5. Explique o que George Yùdice quer dizer com a idéia de "cultura como recurso" e analise alguma ação que foi realizada nesse sentido na cultura brasileira. A partir de Yúdice e/ou outros autores, faça uma análise crítica dessa manifestação cultural.

Para aula de hoje

Dica da aluna Cristina.


Descrição: GYAno III - Número 3 - Agosto/Novembro 2007

Descrição: http://www.pacc.ufrj.br/z/imagens/Z_interno_entrevista.gif

Heloisa Buarque de Hollanda entrevista George Yúdiceagosto de 2005

Heloisa Buarque de Hollanda: George, sua intervenção como intelectual é tão polivalente que é difícil adivinhar qual foi sua formação. Afinal o que você estudou?

George Yúdice: Eu estudei Química, Artes e Letras simultaneamente na Cunny University. Depois fiz mestrado e doutorado em Letras.

HBH: Com quem?

GY: O doutorado foi com Silvia Molloy, lá em Princeton, com quem fiz a tese sobre Vicente Huidobro, poeta chileno, o grande mestre de Haroldo de Campos. Depois disso, estudei também sociolingüística, coisas de sociologia e comecei a trabalhar com o grupo de Fredric Jameson.

HBH: É interessante você ter feito uma tese sobre Huidobro. Como era essa tese?

GY: É um estudo semiótico muito formal, que analisa Huidobro em relação às vanguardas estéticas dos anos 20, 30, no contexto de Paris e América Latina. E abrange também as artes, porque ele era um artista multimídia. O resultado na época foi ótimo. A tese foi publicada imediatamente e ainda hoje as pessoas dizem que é muito boa. A Beatriz Sarlo falou que é a melhor coisa escrita sobre esse tema.

HBH: Isso mostra que nessa época você já tinha suas dúvidas sobre trabalhar dentro dos limites rígidos da literatura.

GY: Claro. Mas como Huidobro era um poeta em certos momentos muito sistemático, toda a questão científica e o interesse pela semiótica vieram por aí. Mas logo fiquei cheio disso também e comecei a colaborar com o grupo do Jameson, no final dos anos 70.

HBH: E pelo que conheço de vocês dois, esse encontro com Jameson deve ter marcado bastante sua trajetória. Como você o conheceu?

GY: Marcou muito. Tudo começou porque comecei a participar do grupo de Estudos Literários Marxistas, onde o Jameson era o chefão. Ele estava em Yale e eu estava trabalhando com Stanley Aronovitch. Através desse grupo de estudos, entramos em contato com o pessoal de Birmingham, conhecido como berço dos estudos culturais. Conhecemos Stuart Hall e outros profissionais que trabalhavam com um mistura de Gramsci, psicanálise, história, foi incrível. Eles traziam uma nova metodologia crítica, analítica, multidisciplinar.       

HBH: Esse grupo funcionava em Nova York?

GY: Não, o grupo se reunia a cada verão, em lugares diferentes. Todos nós pagávamos a própria passagem e as universidades conseguiam alojamento, porque no verão não havia alunos. E fazíamos grandes debates durante horas a fio. Foi quando os estudos culturais começam a se formar nos Estados Unidos, no início dos anos 80, quando foi lançada a primeira versão do livro Late capitalism and marxism studies. Logo depois fizemos um segundo congresso, em 1988, quando saiu aquele tijolão Cultural Studies. Nessa época eu estava trabalhando com a Social Text, uma revista que começou em 1979 e teve bastante repercussão. Resumindo, os anos 80 foram para mim anos de muita aprendizagem, de exercício de crítica cultural e política. Foi ainda por essa época que migrei oficialmente da área de Letras para um tipo de crítica cultural, que foi batizada como Estudos Culturais. E eu logo não gostei dessa grife.

HBH: Por que todo mundo tem medo dessa grife?

GY: Porque nos Estados Unidos os estudos culturais viraram uma tendência de mercado, o mercado acadêmico. Por exemplo, você pode até tentar, mas não vai conseguir publicar um livro sobre um autor. É impossível. Mas se você escreve sobre uma lésbica, é muito fácil. E vende bem.

HBH: E um tipo de livro como esse que você está lançando, A conveniência da cultura.

GY: Esse já vendeu 5 mil exemplares e está indo para uma segunda tiragem. Acho que esse sucesso é porque ele extrapola o universo acadêmico. Pessoas que estão mexendo em gestão cultural, multicultural estão comprando. Pessoas de estudos culturais compram, mas outras pessoas de arte, também.

HBH: Mas o George desse livro não é o dos anos 80. Há um claro salto de local, de tema, de campo de estudos. O que chamou a sua atenção para seu redirecionamento para o debate mais voltado para as políticas públicas, para a discussão do Estado neoliberal, para as questões da economia da cultura?

GY: Foi a própria virada dos anos 90 na área da cultura, era uma coisa muito evidente. Me dei conta de que toda cultura precisa de um sistema de financiamento, de apoio. Eu estava também trabalhando em fundações o que me levou a me ligar nesses assuntos.

HBH: Houve alguma influência do Nestor Canclini nessa virada?

GY: Houve. Eu conheci o Canclini no começo dos anos 90, em um congresso em 1993 no México. Ele me ajudou muito nessa transição. Quando organizamos aquele congresso no Mexico, com você, inclusive, era para falar sobre estudos culturais nas Américas. Vieram pessoas dos Estados Unidos, do Canadá, da América Latina. Eu me lembro que vi lá, pela televisão, que havia uma preparação para o Nafta (Tratado de Livre Comércio da América do Norte). Na televisão, havia propagandas do tipo "Mexicanos, vamos entrar para o primeiro mundo, não sujem as ruas, entrem no trabalho na hora". Esse tipo de mensagem pública. E isso era muito esquisito. Só comecei a falar dessas coisas no ano seguinte. Depois de fazer o contato com o Canclini neste congresso, ele me pediu para fazer um estudo do impacto do livre comércio nos Estados Unidos. E eu fiz um ensaio em 1994. Entrei na comissão da Fundação México-Estados Unidos e comecei a pesquisar mais sobre esses sistemas de financiamento. Nos Estados Unidos, eu já tinha feito parte do Conselho de Arte de Nova York, e me dei conta de como funcionava essa engrenagem. Nos Estados Unidos, a questão privada é muito mais importante em termos de financiamento do que a área pública. Foi a partir daí que propus um projeto para a Fundação Rockefeller sobre os impactos do fenômeno da privatização da cultura. Inclusive, publiquei, na Social Text, um ensaio chamado "A Privatização da Cultura". Comecei também a fazer trabalhos práticos, não só estudos analíticos, mas também propositivos. Começou ali na metade dos anos 90. No ano de 1998, eu já escrevia textos sobre esses fenômenos. Mas o livro levou muito mais tempo, porque eu tinha que pensar nas grandes mudanças macros do mundo, para compreender as mudanças micro de fundações, financiamentos e também na cultura. As fundações queriam que esses financiamentos tivessem uma repercussão social.

HBH: Marketing social?

GY: É isso, mas não só isso; há também uma preocupação com a repercussão em torno da mudança da realidade desses grupos sociais. Depois, eles mesmos se deram conta de que somente a cultura não vai necessariamente reduzir a pobreza, a cultura não tem esse poder. Os projetos culturais que pretendiam aumentar a auto-estima dos favelados em nome de resultados concretos como a busca de formação profissional, de obtenção de empregos e trabalhos não mostraram a eficácia imediata pretendida.

HBH: Eu sinto que nunca houve um momento tão bom para o intelectual como hoje e olha que eu estou na cena desde 1960... Como se forma um intelectual público hoje?

GY: Eu venho percebendo isso nestes últimos cinco, seis anos através de minha participação em conselhos, assessorias e consultorias com empresas, com o governo, com as ONGs. Muitas pessoas que eu achava que eram só intelectuais da área de estudos culturais, agora estão se engajando cada vez mais messe tipo de trabalho.

HBH: Existe uma migração ótima nessa cena pública.

GY: Mas infelizmente nos Estados Unidos isso não acontece. É por isso eu prefiro trabalhar com a América Latina e com a Europa. Nos Estados Unidos, os únicos intelectuais que têm força são os de direita. Os outros estão muito marginalizados.

HBH: Talvez porque na América Latina há muito consolidada a tradição do intelectual como sendo de esquerda.

GY: Lá, eles são quase censurados. Bom, sendo uma pessoa de esquerda, por exemplo, eu acho difícil dizer que Condoleezza Rice é uma intelectual. Mas ela é uma acadêmica, era colega da Mary Pratt em Stanford. Agora, ela é a grande chefona da política externa dos Estados Unidos, e é um horror...

HBH: Mas voltando ao assunto, quando você localiza a emergência das novas possibilidades de ação para o intelectual do século XXI?

GY: Eu tenho uma análise no livro sobre isso. Depois da queda do muro de Berlim e da União Soviética, nos Estados Unidos tornou-se difícil descobrir formas de legitimação para a arte e para a cultura. Até então, a arte nos Estados Unidos era legitimada pela arte em si, sem propósitos externos, supostamente, ao contrário da arte soviética do Partido Comunista, que era uma arte social realista. Nesses últimos anos, surge um tipo arte que respondia diretamente ao sistema de financiamento, que era uma arte com propósito comunitário, social, civil e que serviria para os fins da economia e do desenvolvimento. Era uma política de governos estaduais e municipais, de empresas privadas, de fundações e doadores. A grana vinha daí, não do âmbito federal. Uma arte voltada para o social, para comunidades. O material eram as pessoas.

HBH: Nos anos 60 também era assim.

GY: A grande diferença é que agora esse projeto artístico não é ideologizado. Nos anos 90, não se encontram nesses projetos nada de socialista, de marxista. Na realidade eram projetos neoliberais no sentido em que a sociedade civil assumia a função de resolver problemas sociais. E então, era preciso articular os grupos sociais com os sistemas de financiamento. Os artistas eram dinamizadores da sociedade civil. Isso ainda continua um pouco. Grupos como o Afro Reggae têm explorado essa idéia, até em suas músicas, o assunto é cidadania. Porque cidadania vende para as fundações. Nos Estados Unidos nunca se faria um CD que falasse sobre cidadania. O rapper lá não fala sobre cidadania. Ele fala em como ser homem, em como enriquecer.

HBH: A Nega Giza aqui flagra isso quando declara que o rap americano é "babinha music". É só baba, não funciona, não diz nada. Mas sempre existe um Eminem para desafinar...

GY: O Eminem conseguiu entrar na mídia porque ele tem muita repercussão, muito público. Mas a maioria realmente só fala em ter ouro, mulheres. Por exemplo, o Snoop Dogg, ele tem vídeos pornográficos, com mulheres mostrando suas bundas. Isso vende milhões.

HBH: Voltando ao assunto, você parece que ainda defende uma estética menos instrumentalizada. É isso mesmo?

GY: Realmente eu sempre fui muito crítico do uso da arte para fins práticos. Mas eu acho que a essa altura eu vou ter que mudar. Já sinto que estou pensando de uma maneira diferente. A arte vai ser usada queira eu ou não. A minha idéia agora é que a cultura seja um recurso. E quando você pensa que a cultura é recurso, o único jogo que existe é o do gerenciamento, da gestão dos recursos. É como na ecologia. Eu poderia continuar com a idéia de arte para transcendência, uma arte para fins não instrumentais, mas mesmo assim a arte vai continuar sendo usada. Eu posso ser artista "puro", mas quando eu colocar minha arte em um museu, estarei contribuindo com orçamento do PIB da cidade. Quando as pessoas pensam em criar um museu, elas justificam o museu pela arte, mas esse museu vai certamente contribuir para a economia da cidade. Então, queira eu ou não, a arte será sempre um recurso.

HBH: E que papel tem um intelectual hoje?

GY: Eu acho que o intelectual hoje é uma pessoa que intervém. Quanto a mim, estou trabalhando com grupos como o Afro Reggae, venho acompanhando o que eles fazem, mas não na qualidade de assessor. Assessorias estou dando na Costa Rica e El Salvador. De uma maneira mais underground, por exemplo, eu já vejo a diferença entre eu e o Canclini. O Canclini é um assessor mais macro. E eu estou trabalhando com um pé no macro e outro no micro.

HBH: E na universidade?

GY: Estou criando cursos e consegui, agora que sou diretor dos Estudos Latinos Americanos e do Caribe, criar uma nova disciplina onde eu dou dois cursos que são pré-requisitos. O primeiro é estudos de paradigmas de análise, que introduz o aluno em uma série de temas e campos de pesquisa. O segundo curso analisa a estrutura dos discursos dos Direitos Humanos, do Desenvolvimento e da Gestão. Esses cursos têm a ver com Cultura e Economia. É um programa para mestrandos.

HBH: Você está formando gestores?

GY: Claro, mas gestores e também com uma perspectiva crítica. E tudo feito a partir das teorias.

HBH: Estaríamos assistindo o fim do intelectual confinado na universidade?

GY: Depende. No contexto norte-americano, este intelectual vai continuar porque faz parte do nosso projeto de universidade. Mas seu impacto social é bem pequeno. Eu acho que na América Latina e na Europa a intervenção do intelectual na sociedade vem aumentando. O Canclini é um exemplo. Também Otávio Getino. Ele fez o filme A hora dos sinos, com Fernando Solanas, na década de 60. Como é cineasta, ele também se preocupou de onde ia sair a grana para fazer o filme. Em certo momento, ele disse: "A pessoa que faz filme também é empresária, tem que ter orçamento, tem que empregar pessoas". Agora ele está coordenando estudos de cultura e economia. Ele é incrível, uma maravilha. Está em Buenos Aires. Ele fez grandes estudos sobre indústrias culturais para a Argentina. Fez também um grande estudo da economia das indústrias culturais para o Mercosul.

HBH: A sociedade civil está diferente? Será que o neoliberalismo ajudou essas novas ações e intervenções?

GY: Quanto à sociedade civil, acho que ela está mais "onguizada". Quanto ao neoliberalismo, acho que ele fez as duas coisas, ajudou e atrapalhou. Permitiu a entrada de muito mais ONGs e cooperação internacional. Em alguns casos, o Estado está quase desaparecendo dos financiamentos para trabalhos nessas comunidades. Esses grupos se "onguizaram", se fizeram ONG. E as ONGs têm uma maneira de operar, são monitoradas, têm estruturas burocráticas a serem seguidas, muitos papéis a serem preenchidos, requerimentos a serem encaminhados. Isso existe mesmo em grupos como o Afro Reggae.

HBH: Seria bom você definir mais concretamente esse seu conceito chave de "cultura como recurso".

GY: O discurso é o seguinte: cultura já não é mais arte. A arte é só a ponta do iceberg da cultura. A verdadeira cultura é a criatividade humana. Esse é um discurso que já vem desde a década de 90 e é quase hegemônico. A questão é como dinamizar essa criatividade, viabilizar, para ter uma série de resultados: auto-estima, emprego, fim do racismo. E isso está muito vinculado ao trabalho das ONGs e à cooperação internacional. E a cultura é o lugar onde mais se manifesta essa criatividade. Então, por sua natureza a cultura serve para alavancar a criatividade. Esse discurso é do Blair. Nós queremos criar aquilo que existe na Inglaterra, que é incentivar as indústrias criativas. Indústria criativa inclui além das culturais bem conhecidas: edição de livro, televisão, filme, música. Inclui todas as indústrias que precisam de criatividade, que pode ser desenho, publicidade, software, artesanato etc. Eu estou trabalhando nisso e tenho tentado introduzir essa idéia em El Salvador, que é um governo de direita, e acho que eles estão gostando desse discurso.

HBH: E a questão autoria, que para mim é a questão mais fascinante desse novo momento, como fica? Até onde o mercado suporta noções como Creative Commmons, pirataria criativa ou copyleft?

GY: Copyright é para vender. O direito de cópia. E isso produz muita riqueza. Por isso, as grandes empresas estão sempre estendendo o período do copyright. Hoje em dia, com a pós-modernidade, a tecnologia e a globalização, muito do que se considera criatividade é, na realidade, puro sampler, é o uso de criações alheias. Então, alguns estão propondo que é preciso um sistema flexível, que de uma parte forneça ao autor um ingresso à criação alheia, mas que também o resultado dessa nova obra volte para o domínio público, para o uso de todo mundo. Então é aí que começa uma briga entre os interesses econômicos.

HBH: Mas fora a idéia do direito, tem também o problema da noção de autoria, de autenticidade que é reativa à mudanças, o autor, que era o autêntico.

GY: Sabe como economista vê isso? Como você faz para ter mais autores, para criar uma Hollywood? Ou uma indústria de broadcast como em Nova York? Com uma massa crítica de criadores, sejam de cultura ou de softwares ou de indústrias criativas. O que produz lucro não é a manufatura, é a idéia. Por isso o direito sobre a propriedade.

HBH: Do ponto de vista textual, uma perspectiva de mudança como essa não tem também conseqüências no próprio fazer do autor?

GY: Eu acho que cada vez é mais evidente a organização dos criadores por umas instâncias maiores, superiores. Por exemplo, o produtor que mexe com artistas e vai assessorando, e quase criando o produto deles com eles. Na arte, a figura mais importante não é o artista, é o curador e o diretor de museu, de bienal. Essas são as pessoas importantes, porque o artista é um recurso útil para os curadores.

HBH: Como você está avaliando isso?

GY: Eu ainda nem sei se isso vai para frente ou para trás, eu sei somente que as coisas estão mudando. E por isso o melhor é fazer como na ecologia, com a questão da sustentabilidade. E por isso, a gente precisa formar gestores que ajudem a encontrar pontos de equilíbrio entre os diversos participantes desse tipo de criação, na arte, literatura, cinema, dança, rituais indígenas. Tudo isso precisa de uma coordenação para que se promova uma sustentabilidade, para que essas pessoas não virem simulacros de si mesmas. Estamos num momento de industrialização e "proprietarização", mas também de luta em relação ao poder econômico da criatividade. Eu acho que o material agora é a criatividade e o jogo e a luta são em torno da propriedade dessa criatividade e sua abertura para o domínio público.

HBH: Um nome para esse momento?

GY: Acho que seria a sustentabilidade cultural.

HBH: Uma previsão?

GY: Eu acho que o que vai acontecer é maior consciência e formação de negociadores e intermediários.

HBH: E em relação à idéia de cultura e literatura?

GY: Eu acho que isso os conteúdos não vão mudar muito. A grande mudança é na estrutura que não é só produtiva, mas também criativa e distributiva. Você tem que pensar em tudo isso sistemicamente: criação, produção, distribuição, domínio público.

HBH: Como é o nome disso?

GY: Ecologia cultural.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Segunda questão da prova

Hall diagnostica que a cultura popular funciona ora assimilando ora resistindo aos ditames da cultura dominante. E que ele se interessa pela cultura popular que entra em "tensão contínua com a cultura dominante". Com base nessas reflexões, analise o clip da banda Parangolé (http://www.youtube.com/watch?v=XPn-IxH0FPw). O que existe nesse vídeo? Assimilação e/ou de resistência? Explique e desenvolva a sua análise, sempre em diálogo com as reflexões de Hall.

Primeira questão da prova

1. Veja o vídeo no link a seguir e o analise acionando as discussões que realizamos através dos textos de Stuart Hall e do vídeo A negação do Brasil. - http://www.youtube.com/watch?v=1njPfQUQ4rg


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Mais


http://www.youtube.com/watch?v=vil8cWpGsIc
http://www.youtube.com/watch?v=A7foT00UHYI&feature=relmfu
http://www.youtube.com/watch?v=0UBJ9KWisaQ&feature=relmfu
http://www.youtube.com/watch?v=apTtn-XV4-c&feature=relmfu

Dicas de sites e filme


Filme Doces Bárbaros na íntegra: http://www.youtube.com/watch?v=z-IwkP5AOi4
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1135487-EI6621,00-Doces+Barbaros.html
http://tropicalia.com.br/
Papel da UFBA nesse processo: http://tropicalia.com.br/ruidos-pulsativos/avant-garde-na-bahia

Para nossa aula de hoje


São Paulo, domingo, 15 de abril de 2012

Caetano Veloso e os elegantes uspianos

"Por que Schwarz ou Chaui nunca têm nada a dizer sobre o que se passa na Coreia do Norte?"

PAULO WERNECK

Quinze anos depois de publicar suas memórias da Tropicália em "Verdade Tropical", um antigo antagonista bate à porta de Caetano: o crítico marxista Roberto Schwarz, no ensaio "Verdade Tropical: Um Percurso do Nosso Tempo". O texto, inédito, foi incluído no recém-lançado "Lucrécia versus Martinha" (veja crítica na pág. 6), que a Companhia das Letras lhe enviou em primeira mão.

O ensaio "reconta" criticamente a narrativa, transformando-a na história da conversão de um "menino portador de inquietação" de província a um "novo Caetano", que "festejou a derrocada da esquerda como um momento de libertação". Ao mesmo tempo, põe nas alturas a prosa do baiano.

Schwarz critica seu "traço de personalidade muito à vontade no atrito mas avesso ao antagonismo", as "ambivalências" do tropicalismo, o "patriotismo fantasioso" e "supersticioso" do compositor, sua "defesa do mercado", seu "confusionismo", sua "cumplicidade" com os agentes que o prenderam - e por aí vai.
Em suma, o ensaísta afirma que "Verdade Tropical" "compartilha os pontos de vista e o discurso dos vencedores da ditadura". Em outro momento, recrimina o "regressivo" "amor aos homens da ditadura" que Caetano e Gil expressaram.

"Esse parágrafo de Schwarz é cruel e tolo", rebate Caetano. "A prisão me pôs mais profundamente em inimizade com o projeto dos militares de direita que tomaram o Brasil". Ele reafirma sua "teimosia em permanecer no campo da esquerda", mas também diz ter deixado de temer, em 1967, "palavras como 'conservador' ou 'de direita', como se fossem xingamentos que ostracizam", diz. Direita e esquerda, nos anos da ditadura e hoje, são o foco desta entrevista, concedida por e-mail.

Ele aponta o silêncio de Schwarz e de outros expoentes do pensamento de esquerda, como a filósofa Marilena Chaui, a respeito do totalitarismo em regimes comunistas como a China e a Coreia do Norte: sobre isso, diz ele, "nossos elegantes uspianos nada dizem".

"Verdade Tropical" volta à pauta não somente pelas mãos de Schwarz, mas também pela edição em separado de um de seus capítulos, "Antropofagia", na coleção Grandes Ideias [Penguin Companhia, 72 págs., R$ 10,90].

Em agosto, o compositor completa 70 anos. A gravadora Universal abre as comemorações neste mês, com o relançamento, em CD e LP, de seu cultuado "Transa". Quarentão, o álbum foi remasterizado pelo produtor original, Steve Rooke. Em maio, sai por aqui "Live at Carnegie Hall With David Byrne", já lançado nos EUA. E, em agosto, um tributo com artistas brasileiros e estrangeiros.

Depois de produzir "Recanto", disco de Gal Costa com canções suas, Caetano volta-se para a composição de um novo CD a ser gravado com a banda Cê, que o acompanhou em "Cê" (2006) e "Zii & Zie" (2009).
Folha - Roberto Schwarz faz um misto de valorização literária e severa crítica ideológica de "Verdade Tropical", 15 anos depois da publicação. O que retém em sua leitura?
Caetano Veloso - É envaidecedor que Schwarz tenha escrito tanto (e com tanta energia) sobre meu velho livro. Claro que não coincido com o grosso da crítica ideológica. No entanto, retenho a observação de que o argumento desenvolvido a partir da cena central de "Terra em Transe" seja, no livro, um tanto mal concebido.

Por que Schwarz só publica o ensaio 15 anos depois do seu livro?
Não sei. Talvez ele o tenha lido com grande atraso (não 15 anos de atraso, é claro) e demorado muito para decidir-se a discuti-lo publicamente. Talvez ele tenha tardado também em metabolizar o que leu.

Por que o livro renasce agora, com a edição de bolso de um de seus capítulos e a crítica de Schwarz?
Não sei.

Como foi a recepção do livro nos países em que foi publicado?
Foi publicado, em boas traduções, na Itália e na Espanha (e países de língua espanhola). A tradução francesa é horrível. A grega eu não sei ler. De qualquer modo, todas as traduções partem da edição americana (os direitos fora do Brasil e de Portugal são da Knopf), que deformou muito a estrutura do original. Todos os elogios literários que o livro mereceu de Roberto não seriam justificados para quem só lesse as traduções.
Me lembro de que a "New York Times Book Review" deu resenha favorável. Ouço comentários positivos de amigos argentinos, espanhóis e italianos. Também de alguns gregos. Na França parece que, além da tradicional mania francesa de traduzir como quem corrige o original, deram o longo texto a pessoas totalmente desqualificadas intelectualmente: já que se trata de um livro de cantor pop, por que pedir a alguém que saiba ler e escrever para traduzir?

Schwarz vê a relação dos tropicalistas com a esquerda como uma "comédia de desencontros", na qual haveria mais afinidades do que divergências. Seu livro descreve longamente as divergências, e Schwarz agora as reitera. Ainda é possível falar em afinidades?
Claro que há e sempre houve afinidades. Gil e eu, além de Tom Zé e Rogério Duprat, sempre fomos "de esquerda". Nossos amigos foram sempre majoritariamente de esquerda. Na altura do tropicalismo deu-se uma virada em mim, e também em Gil, pelo menos, que exigia repensar tudo por conta própria, desfazendo adesões automáticas. O maior inimigo era esse automatismo.
A cena de "Terra em Transe" é positiva porque expõe a quebra do automatismo ideológico a que artistas e intelectuais se viam presos. Quando o protagonista fala, o tom blasfemo revela tratar-se de um momento liberador. Claro que, uma vez olhando as coisas mais livremente, os males da esquerda apareceriam.

O ensaio atribui a você uma "generalização para a esquerda do nacionalismo superficial dos estudantes que o vaiavam" e a visão da "esquerda como obstáculo à inteligência". Desde então, que renovação você vê na esquerda do ponto de vista cultural?
Toda cartilha ideológica, pode ser - e frequentemente é- obstáculo à inteligência. Eu tinha amigos na extrema esquerda que gostavam do que eu fazia e nada opunham ao tropicalismo.
Já contei em minha coluna no "Globo" como quase dei apoio logístico ao grupo de Marighella, através de minha amiga Lurdinha, uma guerrilheira que foi torturada e a quem [o delegado Sérgio Paranhos] Fleury se refere, numa entrevista, como a pessoa mais corajosa que ele conheceu.
Aliás, Hélio Oiticica, Glauber e Zé Celso eram de esquerda, além de Rubens Gerchman, Zé Agrippino e Rogério Duarte. O "desbunde" foi sobretudo um evento interno ao mundo das esquerdas. Hoje em dia, quando Delfim é defensor de Lula e Dilma e se opõe a FH, gosto da revista "Fevereiro", de Ruy Fausto, e detesto blogs como o de Paulo Henrique Amorim.
Sempre me pergunto por que Roberto Schwarz ou Marilena Chaui nunca têm nada a dizer sobre o que se passa na Coreia do Norte (não vale dizer que a "grande imprensa já diz"). Por que Lula e Tarso Genro mandaram de volta, num avião venezuelano, os atletas cubanos que tinham pedido asilo político ao Brasil? Isso é admissível? Ninguém na esquerda reclama de nada disso?
Os esforços intelectuais de [Theodor] Adorno para igualar a vida americana ao Terceiro Reich e à União Soviética só servem para provar repetidas vezes que as liberdades nas democracias liberais são suspeitas: a ostensiva falta de liberdade em países comunistas nunca é combatida, nem eloquentemente, nem cedo.
Quando eu era moço, intelectuais de esquerda dizerem-se anti-stalinistas representava um piso mínimo de elegância: quase nunca passava de uma declaração para se poder continuar sendo comunista. Não havia (como Tony Judt mostrou que não havia na França) um esforço crítico, por parte de intelectuais de esquerda, de se opor aos estados policiais.
É interessante notar que Zizek elogia o imperialismo chinês no Tibete e desculpa as paradas fascistas da Coreia do Norte. Nossos elegantes uspianos nada dizem.

Qual foi a novidade em termos de crítica ao tropicalismo no Brasil e no exterior?
Não leio quase nada sobre tropicalismo. Às vezes esse movimento é citado em publicações sobre música popular, às vezes em artigos acadêmicos (de estudos sobre América Latina ou língua portuguesa). Nada me impressiona muito.

Augusto de Campos e Ferreira Gullar polemizaram em torno de acontecimentos dos anos 1950 e 60, o país discute a Comissão da Verdade, torturadores têm sofrido "esculachos" na porta de casa. A conta dos anos 1960 e 70 não fecha?
Que conta fecha? Mas vamos andando. O ser humano é um desequilibrador. Pessoalmente, sou pela Comissão da Verdade. Há um trecho crucial em "Verdade Tropical", que Schwarz sintomaticamente ignora, em que conto o quanto aprendi sobre a verdade da sociedade brasileira ao ouvir, na cadeia, urros de dor de torturados, os quais não eram nossos companheiros de prisão política. Havia quem dissesse que se tratava de presos políticos vindos de outros quartéis. Mas chegou-se à conclusão de que eram presos comuns, ladrões da Zona Norte, bandidos.
Pois bem, antes da ditadura, durante e depois, esses maus tratos vêm se dando nas delegacias e prisões civis e militares. Se não denunciarmos (e mesmo punirmos) os torturadores que trabalhavam para o Estado, não teremos a saúde social mínima necessária para começar a acabar com isso.

Há um paralelo entre o público dos festivais e os comentaristas de internet e blogueiros de hoje?
Deve haver. Mas não interessa.

O que pensa da Comissão da Verdade e da Lei da Anistia?
Senti que o modelo espanhol da Anistia serviria para o Brasil. Hoje sou totalmente pela Comissão da Verdade e não acho que torturadores devam ser perdoados. Os guerrilheiros foram punidos (inclusive com tortura e morte). É enganoso equiparar os dois tipos de crime.

Você é retratado como um memorialista "comprometido com a vitória da nova situação, para a qual o capitalismo é inquestionável". Como responde à acusação de "conservadorismo" político?
Deixei de temer palavras como "conservador" ou "de direita", como se fossem xingamentos que ostracizam, em 1967. Minha teimosia em permanecer no campo da esquerda vem de minha crença na possibilidade de mudar para melhor o jeito de a gente viver sobre a Terra. Não descarto sequer a eventualidade de alguma violência. Mas estou certo de que o que se chama de esquerda também atrapalha muito.
O mito do Brasil e de sua oportunidade de originalidade me põe numa situação em que posso sonhar mais alto, pondo os horrores das revoluções e seus desdobramentos sob crítica. Por essa razão me atraem mais as sugestões de Mangabeira Unger do que as repetições da esquerda uspiana.
Ele abre espaço para a originalidade do Brasil. Para mim isso é fatal: somos originais, seremos originais ou desapareceremos. O capitalismo não é inquestionável: que a gasolina americana tivesse sido enriquecida com chumbo porque isso a fazia mais rentável, e que o empresário que usou essa vantagem tenha mantido em segredo a descoberta de que o chumbo era prejudicial à saúde pública para não ver cair o lucro; e que, depois de essa descoberta ter-se tornado pública, a gasolina americana tenha reduzido gradativamente até zero seu teor de chumbo, mas a brasileira não, por razões de lucro (com todas as implicações de acumulação de capital e de reafirmação de poderes imperialistas), é algo que expõe a que graus de irracionalidade e de desumanidade pode chegar uma organização social que se submeta à exclusiva força da grana. Sou contra.
Mas não quero que os que lutam contra isso possam ganhar poderes autocráticos. Uma revolução feita a partir da originalidade benigna de um Brasil de sonho deveria não precisar ser sangrenta e poderia, de qualquer modo, orientar os serviços que alguém queira prestar à Justiça de um jeito diferente daquele que tem sido desenvolvido pelos movimentos revolucionários da esquerda convencional. Estes têm levado à autocracia e a Estados policiais. Sou contra.
Além disso, quando se diz "capitalismo" o que é mesmo que se está querendo dizer? O capítulo sobre o conceito no livro de Mangabeira é instigante. E Lacan disse uma vez que "o inconsciente é capitalista".

Schwarz critica o "amor aos homens da ditadura" expresso por Gilberto Gil ao tomar ayahuasca e comenta os seus elogios à letra de "Aquele Abraço": "A lição aplicada pelos militares havia surtido efeito". Como vê essa avaliação severa?
Esse parágrafo de Schwarz é cruel e tolo. A prisão me pôs mais profundamente em inimizade com o projeto dos militares de direita que tomaram o Brasil. A descrição dos solavancos por que passamos não poderia ser desinfetada para agradar aos revolucionários de gabinete. Sou muito franco e apaixonado pela clareza e pela luz.
Gosto mais do esclarecimento do que da Dialética do Esclarecimento, que tanto obscurece. (Aliás, desconfio dessa escolha da palavra "esclarecimento" em lugar de "Iluminismo".)
A lição aplicada pelos militares surtiu efeito em mim: me fez mais realista, mais conhecedor dos pesos concretos da vida. Foi sob a ditadura, sobretudo na prisão, que aprendi a odiar o odiável em nossa sociedade.

Para o ensaísta, há uma discrepância entre as visões de "Verdade Tropical" sobre o Brasil pré-64: ora é descrito como um "ascenso socializante", com sua experiência em Santo Amaro e em Salvador, ora como "um período incubador de intolerância e ameaça à liberdade". Você enxerga essa discrepância?
Eu poderia ter sido um garoto de esquerda, sem desconfianças a respeito sequer do stalinismo. Mas não fui. Me atraiu o livro de Luís Carlos Maciel sobre Beckett, Kafka e Ionesco: a esquerda que eu conhecia era lukacsiana e ninguém falava em Adorno em 1963 em Salvador (embora se falasse muito em Gramsci, o que era pioneiro).
Poderia ter sido um garoto assim e, depois, descoberto que nos países comunistas (não só na URSS e seus satélites, mas na China de Mao, em Cuba, na Coreia do Norte) o Estado desrespeitava oficialmente os mais básicos direitos humanos -e ter me revoltado contra o projeto comunista.
Mas eu era um garoto desconfiado da "ditadura do proletariado", além de ser um sujeito pacato da baixa classe média que sentia natural horror pelo aspecto violento das revoluções.
Descobrir que a experiência do "socialismo real" era de fazer temer os esboços de implantação do comunismo entre nós não foi uma surpresa assustadora. Foi um gradual reconhecimento da complexidade das coisas. Isso aparece em meu livro com todas as idas e vindas por que minha mente passou. Com as nuances e sem evitar as questões que não ficaram resolvidas dentro de mim.
Não é um livro de propaganda ideológica. É um relato em que as reflexões relembradas -ou as sugeridas pela lembrança- acompanham cada passo.

Você se reconhece na descrição que o crítico faz de seu "traço de personalidade muito à vontade no atrito mas avesso ao antagonismo"?
Gosto de atrito. É a base do sexo. Mas não rejeito o antagonismo.
Sou nitidamente contra o Brasil ter devolvido os atletas cubanos. Sou nitidamente contra o manifesto dos militares reformados. Sou nitidamente contra Lula ter apoiado a eleição de Ahmadinejad antes de o próprio Irã decidir se as eleições tinham sido fraudadas ou não.

São Paulo, domingo, 22 de abril de 2012

Caetano fugiu do tema, diz Schwarz

FLÁVIO MOURA

"ELE MUDOU DE assunto. Parece piada." Para o crítico Roberto Schwarz, a entrevista de Caetano Veloso publicada na "Ilustríssima" de 15/4 não entra no mérito dos argumentos de seu ensaio sobre "Verdade Tropical" (1997), volume de memórias do compositor. O texto, inédito, faz parte da coletânea recém-lançada "Martinha versus Lucrécia" [Companhia das Letras, 320 págs., R$ 44].

Caetano criticou Schwarz e Marilena Chaui: "Por que nunca têm nada a dizer sobre o que se passa na Coreia do Norte?". Schwarz rebate: "O interesse pela Coreia do Norte é sobretudo cortina de fumaça para não falar de meu livro."

Certa vez, num evento, perguntaram a Schwarz quando sairia o texto sobre Caetano. Ele disse: "É demorado, pois é preciso ver muitas coisas de muitos lados diferentes". O ensaio cumpre a promessa.
Schwarz é generoso com a obra do compositor: brilhantismo, inteligência, complexidade dialética, sensibilidade - não faltam conotações positivas à condução do argumento. É raro que uma obra literária recente receba escrutínio tão minucioso. Nesse sentido, não está em discussão apenas a vitalidade de "Verdade Tropical", mas da crítica literária produzida hoje.

O livro também traz dois textos que avançam na interpretação sobre Machado de Assis, tema que domina sua obra. Num deles, cujo argumento se desenrola a partir de uma crônica, "O Punhal de Martinha", o ensaísta reivindica que a universalidade de Machado seja buscada na matéria local brasileira, e não em sua superação, como quer parte da crítica estrangeira.

Leia a íntegra da entrevista, concedida por e-mail, em que Schwarz comenta a resposta de Caetano a seu ensaio e fala de outros textos do livro, como a resposta ao crítico Alfredo Bosi sobre as "Ideias Fora do Lugar", célebre ensaio de 1973.

Folha - Como leu a entrevista de Caetano?
Roberto Schwarz - Ele mudou de assunto. Em vez de comentar o meu artigo, que é o que estava em pauta, Caetano falou da Coreia do Norte, da União Soviética, de Cuba, da USP, da esquerda obtusa, de Mangabeira Unger etc. Parece piada.
Ao contrário do que a entrevista faz supor, não escrevi para pegar em Caetano o rótulo de direitista, e muito menos de esquerdista, mas de herói representativo e problemático. Procurei acompanhar de perto a sua prosa, concatenar e compactar as suas posições, de modo a tornar visíveis as questões de fundo que estão lá e não são óbvias. Tomei o cuidado de sempre apresentar as próprias formulações de Caetano, para que o leitor possa refletir a respeito e tirar conclusões com independência. É o que [Bertolt] Brecht chamava de apresentar os materiais.
Como crítico literário, sou sensível à força estética do livro, naturalmente para analisá-la. No caso, fazem parte inseparável dela as atitudes mais controvertidas do autor, tais como a autoindulgência desmedida, o confusionismo calculado e os momentos de complacência com a ditadura (os militares tomaram o poder "executando um gesto exigido pela necessidade de perpetuar essas desigualdades que têm se mostrado o único modo de a economia brasileira funcionar", "Verdade Tropical", pág. 15), o que não exclui a simpatia pela guerrilha.
É ler para crer. À maneira dos romances narrados em espírito de provocação -por exemplo, as "Memórias Póstumas de Brás Cubas"- "Verdade Tropical" deve muito de seu interesse literário a certa desfaçatez camaleônica em que Caetano, o seu narrador, é mestre. Penso não forçar a mão dizendo que a representatividade histórica do livro passa por aí. E o seu caráter problemático também, já que o quase romance não deixa de ser um depoimento.

O sr. vê fundamento na cobrança de Caetano de que a esquerda comente temas como a Coreia do Norte?
É claro que a reflexão informada e crítica sobre as experiências do "socialismo real" é indispensável à esquerda, e aliás ela existe. [Theodor] Adorno, que Caetano absurdamente menciona como inimigo da liberdade, é uma grande figura dessa reflexão no campo estético. Dito isso, penso que, no caso, o interesse pela Coreia do Norte é sobretudo cortina de fumaça para não falar de meu livro.

Por que o ensaio vem à tona 15 anos depois do livro de Caetano?
Logo que o livro saiu, vi que era notável à sua maneira e merecia discussão. Como não tenho pressa, levei 15 anos para sentar e escrever. Ainda assim, espero não ter perdido o bonde.

Em que medida o texto aprofunda os argumentos sobre a Tropicália expostos em seu ensaio "Cultura e Política: 1964-1969"?
"Cultura e Política" foi escrito em 1969, na hora pior da ditadura e logo após a eclosão da Tropicália. "Verdade Tropical", de Caetano, que reapresenta aqueles tempos, foi publicado 30 anos depois, em pleno triunfo neoliberal. Já "Um Percurso de Nosso Tempo", redigido em 2011, tem a ver com a crise atual do capitalismo. São três momentos distintos.
A Tropicália do fim dos anos 60 debochava -valentemente- do Brasil pós-golpe, quando a ditadura buscava conjugar a modernização capitalista ao universo retrógrado de "tradição, família e propriedade". A fórmula artística dos tropicalistas, muito bem achada, que juntava formas supermodernas e internacionais a matérias ligadas ao atraso do país patriarcal, era uma paródia desse impasse. Ela alegorizava a incapacidade do Brasil de se modernizar de maneira socialmente coerente.
Era uma visão crítica, bastante desesperada, de muito interesse artístico, à qual se misturava certa euforia com a nova indústria cultural, que estava nascendo. Ao retomar o assunto em 1997, nos anos FHC, Caetano atenuou o anterior aspecto negativo ou crítico e deu mais realce ao encanto dos absurdos sociais brasileiros, tão "nossos". Um tropicalismo quase ufanista e algo edificante.
No ensaio procurei acompanhar e discutir estes deslocamentos.

Qual a diferença entre fazer crítica dialética hoje e nos anos 1960-70?
A crise atual -de que não estamos tomando muito conhecimento no Brasil- veio precedida pela derrota das tentativas práticas bem como das ideias da esquerda. Assim, não faltam contradições agudas, mas elas parecem não apontar para lugar nenhum, ou só para mais do mesmo.
A crítica dialética naturalmente não pode fingir que sabe uma resposta, mas não tem por que acatar como positiva uma realidade que é evidentemente negativa, nem tem por que renunciar à busca de superações. As contradições estão aí, fermentando.

Não é uma novidade auspiciosa que o Brasil possa não tomar muito conhecimento da crise atual?
Desconhecer uma crise mundial, só porque ela não está nos tocando no momento, é sempre uma ignorância, sobretudo para intelectuais.
No livro há uma conferência feita em 2009 sobre "As Ideias Fora do Lugar" (1973) e uma nota de resposta a um questionamento à tese feita por Alfredo Bosi. A que o sr. atribui essa longevidade?
Suponho que ela se deva à existência real do problema, que surgiu com a Independência, no século 19, e até hoje teima em não desaparecer. A uns, as ideias dos países centrais, que nos servem de modelo, parecem o remédio para todos os males; a outros, uma importação postiça e "fora do lugar", que precisa ser recusada -o que os condena a perder o contato com o pensamento do mundo contemporâneo.
Como entender a questão? Procurei comentá-la e sobretudo esclarecer os mal-entendidos ligados a esse título de ensaio, que teve sorte e ficou conhecido, mas causou bastante confusão.

O título do livro alude ao ensaio sobre a recepção da obra de Machado de Assis no exterior, no qual o sr. busca mostrar como a "universalidade" do autor está na finura com que ele lida com a matéria local.
É essa a questão que tentei estudar. O reconhecimento de Machado no estrangeiro é crescente e não precisou da reflexão sobre o Brasil para ocorrer. O escritor entrou para o cânon dos grandes do Ocidente, onde ocupa um lugar diferenciado, sem necessitar da referência a seu país.
Ao passo que no Brasil se formou uma tradição crítica para a qual Machado é extraordinário justamente porque soube inventar uma forma adequada à nossa peculiaridade histórica e social. São explicações opostas para a grandeza de um mesmo escritor.
Como entender essa diferença? Quais as suas implicações? São os problemas que meu ensaio explora, examinando de mais perto e politizando a oposição clássica entre o local e o universal, agora recolocada em termos da ordem mundial contemporânea.

O sr. não parte dos romances, como seria de esperar, mas da crônica machadiana. Vai nisso alguma intenção particular?
De fato, há uma crônica, "O Punhal de Martinha", em que Machado dramatiza a questão do local e do universal com uma graça notável, antecipando cem anos de debate crítico. Procurei analisá-la com cuidado igual ao que merecem os grandes romances e penso que o resultado surpreende.
Aí está, no plano modesto da crônica, uma variante do narrador das obras-primas machadianas, dilacerado entre a irradiação da Europa e os cafundós do Brasil, que aliás podem estar na capital. Trata-se de um mal-estar característico, ou, também, do despeito histórico mundial das elites progressistas de um país periférico. Por inesperado que isso seja, o ar de família com os manifestos modernistas de Oswald e com o clima do tropicalismo salta aos olhos.

Em entrevista de 2011, Antonio Candido afirmou que a crítica literária acadêmica se tornou uma atividade sem riscos, com a nova geração se dedicando apenas a autores consagrados. O sr. concorda?
Se entendi bem, ele estaria valorizando o momento de risco intelectual, de escolha a descoberto, sem o qual a crítica literária se rotiniza ou reduz ao informe publicitário. Mas posso ter entendido mal.

O seu livro é uma coletânea de ensaios circunstanciais, mas há bastante unidade entre eles, que parecem concebidos dentro de um mesmo propósito. É deliberado?
Agradeço a pergunta. É claro que os ensaios têm assunto, origem e forma muito diversa. Mas há a matéria brasileira em comum, com sua estrutura que atravessa os tempos e acaba determinando um conjunto de questões consistentes, retomadas e variadas nos diferentes trabalhos e sugerindo aprofundamentos que valeria a pena perseguir. Para mim mesmo, as correspondências entre a crônica machadiana, a poesia minimalista de Francisco Alvim, a visão pau-brasil e as montagens tropicalistas, por exemplo, vieram como uma surpresa.
Noutro plano, os ensaios fazem ver uma coleção de percursos intelectuais e artísticos de nosso tempo, em contraste muitas vezes agudo, cujo conjunto convida a pensar. Aos pedaços, são contribuições para o autoexame de uma geração.

Dica

Oi pessoas
falei desse autor e livro na aula passada
achei essa entrevista com ele: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2056684-EI6608,00.html

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Para quem ainda não viu Salmo 91

Prezados(as) estudantes,

O Prof. Djalma Thürler, diretor da peça "Salmo 91", disponibilizará 100 ingressos por dia, nos dias 4, 5 e 6/Maio, para que alunos regularmente matriculados nos Bacharelados Interdisciplinares (qualquer curso) possam assistir ao espetáculo.
Nesta nova temporada da peça, as apresentações ocorrerão na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, às 20h00min, de 4 a 27/Maio/2012, de sexta a domingo.
Quem desejar participar, deve preencher o formulário disponível aqui (https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dEMtTHUxdWVTal9fZlVmc0hubWV6MGc6MQ)
 e aguardar a confirmação ao longo da semana. 
Os pedidos serão processados de acordo a ordem das solicitações (serão validadas as 100 primeiras inscrições) e cada estudante tem direito a participar de um único dia.

Maiores informações sobre o espetáculo podem ser conferidas no site: http://www.tca.ba.gov.br/oteatro/salmo-91.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Vídeo A Negação do Brasil

eis o link: http://www.youtube.com/watch?v=Z9B9ryJP4t0

Dicas

Oi pessoas, tudo bem?
Acabo de ler os textos que vcs entregaram na semana passada. Alguns estão muito bons e outros precisam de vários ajustes, que deverão ser feitos quando da incorporação desses textos no referencial teórico do artigo final.
Nesse momento, importante é responder as seguintes questões:
1. Qual é a história do conceito de cultura?
2. Quais são os conceitos de cultura utilizados ao longo dessa história?
3. Que conceitos são desenvolvidos paralelamente aos conceitos de cultura (etnocentrismo, aculturação, contra-cultura, sub-cultura etc e etc).
Com essas perguntas em mente, vcs terão mais foco. Muitos textos entregues querem falar de TUDO o que Cuche disse. É preciso saber selecionar o que importa para nós nesse momento.
Além disso, quase todos deverão incluir as referências nos textos, no momento de incluir trechos no referencial teórico final.
Muitos problemas de redação foram encontrados. Não é o propósito deste componente resolver esses problemas de vocês, mas a produção continuada de textos, com acompanhamento, pode ajudar muito nesse processo. Primeira coisa: vejam quais são os erros que vcs mais cometem e tentem atacá-los nos próximos textos. Leiam os textos em voz alta para perceber que é IMPOSSÍVEL compreender determinados trechos.
Hoje a noite falo de outras coisas sobre essa produção de vocês, como por exemplo a confusão entre conceito e palavra.
Um abraço, Leandro

segunda-feira, 16 de abril de 2012

PARA QUEM NÃO CONSEGUE BAIXAR OS TEXTOS

PESSOAS

QUEM NÃO CONSEGUE BAIXAR OS TEXTOS ATRAVÉS DOS LINKS EXISTENTES NO BLOG, CRIEI UMA CONTA DE E-MAIL ONDE OS TEXTOS ESTÃO DISPONÍVEIS.

login: estudosdasculturas@gmail.com
senha: culturas

NO MAIS, É SÓ VERIFICAR QUAIS SÃO OS TRECHOS DOS LIVROS QUE IREMOS DISCUTIR. ESSA INFORMAÇÃO CONSTA EM NOSSO CRONOGRAMA.

BOAS LEITURAS

quinta-feira, 29 de março de 2012

Aviso

oi pessoas

escrevo para avisar que não teremos aula nesta sexta, dia 30 de março, em função de minha participação em uma banca de mestrado no Rio de Janeiro.

nos vemos no dia 13 de abril, extraordinariamente às 18h, conforme combinamos, com um bate papo com o professor Djalma sobre a peça Salmo 91. Nesse mesmo dia, após a conversa com Djalma, teremos nossa aula normal, com discussão do texto em questão.

boa páscoa

sexta-feira, 16 de março de 2012

Cronograma das aulas 2012.1

CRONOGRAMA DE ESTUDOS DAS CULTURAS - SEXTAS-FEIRAS, DAS 18H30 ÀS 22H30
PROFESSOR LEANDRO COLLING – leandro.colling@gmail.com

MARÇO
9 – Ihacústico
16 – Apresentação do componente, organização das atividades e discussão do texto Você tem cultura?, de Roberto da Matta (http://naui.ufsc.br/files/2010/09/DAMATTA_voce_tem_cultura.pdf).
23 – Discussão do capítulo 2 do livro A noção de cultura nas ciências sociais, de Denys Cuche (disponível em http://www.4shared.com/file/HPnl4tS1/textos_estudos_das_culturas.html), intitulado A invenção do conceito científico de cultura. Leitura em sala do texto Homem e cultura, do livro O Conceito de cultura, de Leslie A. White (pg. 23 a 35).
30 – Ida ao teatro.
ABRIL
6 – feriado Sexta-feira Santa
13 – Discussão do capítulo 3 e 4 do livro A noção de cultura nas ciências sociais, de Denys Cuche (disponível em http://www.4shared.com/file/HPnl4tS1/textos_estudos_das_culturas.html)
20 - Discussão do texto A questão multicultural, de Stuart Hall (pg 51 a 100 do livro - disponível em http://search.4shared.com/postDownload/TeOxeRMT/Stuart_Hall_-_Da_Dispora_-_Ide.html)
27 - Discussão dos textos Fragmentos do discurso cultural: por uma análise crítica do discurso sobre a cultura no Brasil, de Durval Muniz (disponível em http://www.cchla.ufrn.br/ppgh/docentes/durval/artigos/segunda_remessa/fragmentos_discurso_cultural.pdf), e do texto Diversidade e direitos na interculturalidade global (Canclini) disponível em http://www.itaucultural.org.br/bcodemidias/001516.pdf
MAIO
4 – Discussão do texto Notas sobre a desconstrução do “popular”, de Stuart Hall (pg 247 a 266 do livro - disponível em http://search.4shared.com/postDownload/TeOxeRMT/Stuart_Hall_-_Da_Dispora_-_Ide.html)
11 - Discussão do texto A conveniência da cultura, de George Yúdice (p. 25 a 64) (disponível em http://search.4shared.com/postDownload/hHqadf8f/George_Yudice_-_A_convenincia_.html). Divulgação das perguntas da avaliação.
18 – Avaliação do conteúdo (OBS: será aplicada por outro professor, pois Leandro estará na reunião do Conselho Nacional LGBT)
25 – Entrevista 1
JUNHO
1 – Entrevista 2
8 – feriadão
15 – Entrevista 3
22 – Feriadão de S. João
29 – Orientação dos trabalhos escritos (com mestrandos)
JULHO
6 – Entrega dos trabalhos escritos e avaliação geral do componente

Formas de avaliação:
A primeira nota será composta pela participação em sala e por uma avaliação a ser feita em sala, sem consulta. No entanto, essa “prova” não seguirá o método tradicional, pois as perguntas serão divulgadas com uma semana de antecedência. A segunda nota consistirá na elaboração continuada de um artigo em que o/a aluno/a realiza uma crítica de alguma manifestação da cultura na atualidade.

Primeira nota:
Participação em sala (presença, debates, envolvimento nas entrevistas): zero a 2
Prova: zero a 8

Segunda nota:
Textos parciais sobre o referencial teórico do artigo: zero a 5 (esses textos parciais devem ser entregues no dia em que o texto começa a ser discutido, conforme cronograma acima. O aluno pode escolher cinco dos seis textos a serem discutidos. O texto a ser entregue já deve estar escrito como se fosse integrar o referencial teórico do artigo final)
Crítica sobre a cultura no artigo final, entregue completo, junto com o referencial teórico: zero a 5.

Temas possíveis para a realização das entrevistas e artigos com as críticas da cultura (a serem ampliados a partir das sugestões dos/as estudantes):

1.           Cultura e urbana
2.           Cultura e marginal
3.           Cultura e juvenil
4.           Cultura e gênero
5.           Cultura e mídias
6.           Cultura e saúde
7.           Cultura e educação
8.           Cultura e economia
9.           Cultura e direitos
10.         Cultura e patrimônio
11.         Cultura e sexualidade
12.         Cultura em rede
13.         Cultura e religião
14.         Cultura e "raça"/etnias

Referências bibliográficas dos textos de leitura obrigatória:
CANCLINI, Nestor Garcia. Diversidade e direitos na interculturalidade global. In: Observatório Cultural, número 8, São Paulo: Itaú Cultura, abril/julho de 2009.
CUCHE, Denys. A invenção do conceito científico de cultura. In: A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: Edusc, 2002, pg 33 a 64.
_____. O triunfo do conceito de cultura. In: A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: Edusc, 2002, pg 65 a 108.
_____. O estudo das relações entre as culturas e a renovação do conceito de cultura. In: A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: Edusc, 2002, pg 109 a 142.
DURVAL, Muniz. Fragmentos do discurso cultural: por uma análise crítica do discurso sobre a cultura no Brasil. In: NUSSBAUMER, G. M. (Org.) Teorias & políticas da cultura. Visões multidisciplinares. Salvador: Edufba, 2007, pg. 13 a 24.
HALLL, Stuart. A questão multicultural. In: Da diáspora. Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte e Brasília: Editora UFMG/Unesco no Brasil, 2003, pg. 51 a 100.
_____. Notas sobre a desconstrução do “popular”. In: Da diáspora. Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte e Brasília: Editora UFMG/Unesco no Brasil, 2003, pg 247 a 266.
WHITE, Leslie A. Homem e cultura. In: O conceito de cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 23 a 36.
YÚDICE, George. A conveniência da cultura. In: A conveniência da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004, pg 25 a 64.

Bibliografia complementar
ADORNO, Theodor & HORKHEIMER, Max. A Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro, Zahar, 1987.
ALVES, Paulo César (org.) Cultura, múltiplas leituras. Salvador/Bauru: Edufba e EDUSC, 2010
BARBERO, Jesus-Martin. Desafios políticos da diversidade. In: Observatório Cultural, número 8, São Paulo: Itaú Cultura, abril/julho de 2009.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2001.
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
BRANT, Leonardo. Diversidade cultural, globalização e culturas locais. São Paulo: Escritores Editora/Instituto Pensante, 2005.
CANCLINI, Néstor García.  Culturas híbridas - estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 1997.
CANEVACCI, Massimo. Culturas extremas. Mutações juvenis nos corpos das metrópoles. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2005.
EAGLETON, Terry. A ideia de cultura. São Paulo: Unesp, 2005.
EAGLETON, Terry. Depois da teoria: um olhar sobre os Estudos Culturais e o pós-modernismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
GALLI, Carlo. Multiculturalismo. Buenos Aires: Nueva Visión, 2000.GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1989.
SOVIK, Liv. Aqui ninguém é branco. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2009.
WILLIAMS, Raymond. Cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1992.
WARNIER, Jean-Pierre. A mundialização da cultura. Bauru: Edusc, 2003.